Os principais tipos de empreendedores no Brasil estão definidos como informal, cooperado, individual, franqueado e franqueador, social, corporativo, público, do conhecimento e do negócio próprio.
Sem importar a atividade exercida, José Dornelas, autor e coautor de dezenas de artigos premiados e livros especializados em empreendedorismo, acredita que o comportamento empreendedor pode existir em várias pessoas.
Obviamente, cada um tem um motivo diferente para empreender, mas de cara já podemos separar dois grandes grupos: os empreendedores por necessidade e os empreendedores por oportunidade.
Enquanto o primeiro decide empreender porque precisa sobreviver, o segundo identifica áreas com potencial de crescimento em que pode ser interessante investir.
A partir disso, o autor traçou os nove principais tipos de empreendedores, que você vai conferir ao longo deste artigo. Acompanhe!
Principais tipos de empreendedorismo no Brasil
Apesar de todos os desafios e barreiras impostos aos empreendedores brasileiros, como carência de maior quantidade de empresas inovadoras de padrão mundial e pouco conhecimento do mercado externo, pela própria limitação da língua e acomodação com o mercado interno, temos muitas pessoas que empreendem e desejam empreender.
Para se ter uma ideia, segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), de 2021, são 14 milhões de pessoas de 18 a 64 anos, ou 9,9% da população adulta, que empreendem no País.
Uma das formas mais comuns de começar a empreender é abrindo um registro como microempreendedor individual (MEI). Mas a verdade é que empreender não é apenas sinônimo de criar uma empresa. É o jeito mais conhecido de se tornar uma pessoa empreendedora, mas vai além disso.
Até mesmo quando você propõe mudanças no condomínio onde mora ou para o setor onde atua dentro de uma empresa, você está tendo um comportamento empreendedor. Para entender melhor quais são os tipos de empreendedorismo, vamos conferir as categorias apresentadas por Dornelas.
1. Informal
É a pessoa que empreende porque precisa sobreviver. Por esse motivo, não tem visão de longo prazo, pois precisa atender o quanto antes as necessidades que tem agora. É um empreendedor que garante o que precisa para sobreviver, sem planejar o futuro. Um vendedor de picolé na praia é um exemplo disso.
É alguém que não se registrou nem mesmo como MEI, e essa informalidade o deixa distante de traçar metas e fazer o negócio crescer, mas nem por isso deixa de ser um empreendedor.
2. Cooperado
É quem empreende ligado a cooperativas, por meio de sociedade simples. Ou seja, é alguém que não atua sozinho, mas de forma colaborativa, como é o caso de advogados, médicos e contadores.
Isso acontece quando quem empreende tem poucos recursos ao seu dispor, conseguindo atuar apenas em conjunto em um local que dê estrutura para isso, como um escritório ou uma clínica. Com o tempo, é natural que cresça e possa se tornar independente.
3. Individual
Como citamos, abrir o MEI é o primeiro nível de formalidade. É quando o empreendedor informal resolve se formalizar e começa a pensar o negócio a nível estrutural, com planos para o futuro.
Entretanto, ainda é um perfil muito ligado à necessidade de sobrevivência, trabalhando sozinho ou com um funcionário apenas, conforme a lei permite.
4. Franqueado e franqueador
Algumas pessoas vão dizer que esse tipo não deveria ser considerado empreendedor, mas tomar a iniciativa de comandar um negócio, mesmo que seja uma franquia, é uma ação suficiente para ser considerada empreendedora. Especialmente para quem é franqueador, o desafio é ainda maior.
Obviamente, para o franqueado, todos os processos já estão bem definidos, bastando investir um valor para comprar a franquia e manter o negócio funcionando. Mas mesmo com as diretrizes, é necessário ter jogo de cintura e espírito empreendedor para seguir em frente.
5. Social
Ideias de negócios que surgem a partir da motivação para melhorar algo no mundo também se relacionam com o empreendedorismo. A própria área pública deixa em aberto muitas questões que podem ser resolvidas por quem tiver uma boa ideia e conseguir encontrar soluções.
A ideia principal do empreendedorismo social é melhorar o mundo, tendo o lucro sobre esse negócio como consequência, inclusive inspirando mais pessoas a fazerem o mesmo.
6. Corporativo
É a pessoa que cria novos projetos na própria empresa em que trabalha, mesmo enquanto funcionária, também chamada de intraempreendedora.
Tanto é que as empresas têm buscado cada vez mais esse perfil, porque são pessoas que não estão dispostas a fazer apenas o script já traçado, mas que esperam ter espaço para sugerir e implementar ideias capazes de tornar o negócio melhor. É um perfil que deseja crescer dentro da empresa para a qual trabalha, com bônus e promoções.
7. Público
É a mesma coisa que o perfil anterior, só que, em vez de ser em uma empresa privada, busca empreender em uma empresa pública. Apesar do péssimo rótulo que recai sobre os funcionários públicos e órgãos governamentais, de que não gostam de trabalhar e estão acomodados, existe, sim, muita gente querendo aproveitar melhor os recursos públicos.
A motivação dessas pessoas é justamente provar que seu trabalho tem valor para a sociedade.
8. Do conhecimento
É alguém que conhece de forma muito profunda determinado assunto e usa disso para faturar. É o caso de artistas e atletas que, depois de ganharem prêmios e medalhas, podem contar sobre como chegaram lá, inspirando outras pessoas, ganhando dinheiro por meio do seu conhecimento, com palestras e cursos.
É sobre buscar realização profissional e reconhecimento pelo seu trabalho.
9. Do negócio próprio
Por fim, o estilo mais relacionado a empreendedorismo, que é a pessoa que inicia o próprio negócio simplesmente porque pensa grande ou por um estilo de vida.
É o caso de empreendedores natos como Bill Gates, que é reconhecido como gênio por ter construído um negócio exemplar, ou de empreendedores seriais, que constroem negócios em sequência e que não têm apego direto à empresa, mas à ideia de empreender.
Seja qual for o seu tipo de empreendedor, saiba que todos buscam, além da autonomia financeira, deixar um legado para o mundo. Inclusive, pode acontecer de a pessoa migrar de um tipo para o outro no decorrer do processo, e tudo bem. O que importa é acreditar nos seus sonhos e seguir em frente!
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