Empreender muitas vezes pode ser a saída para quem está desempregado. Obviamente, é preciso de planejamento para que o empreendimento tenha sucesso, gerando lucros financeiros para o empreendedor. Mas existem muitas atividades que não surgem com o propósito de lucrar e que, como consequência, obtêm lucro.
É isso que é empreendedorismo social, que são empreendimentos focados em trazer impactos reais na sociedade, resolvendo problemas ligados a causas econômicas, sociais e ambientais.
Tratam-se de negócios que buscam desenvolver a sociedade, atuando na comunidade onde estão, melhorando a vida das pessoas.
Seja por meio de um produto ou serviço, aquilo que um negócio social se propõe a fazer produz renda, claro, mas também traz diminuição de desigualdade, gera inclusão e melhora algum problema social existente.
Certamente é por isso que diversas startups brasileiras estão atuando nesse segmento, buscando resolver problemas das comunidades e gerando lucros para todos envolvidos.
Tipos e ideias de empreendedorismo social
Uma empresa social pode encontrar soluções para fazer a diferença em diversos setores em que algo não está bom. Para ficar mais claro, é legal visualizar algumas áreas de desenvolvimento nas quais o empreendedorismo social atua.
Confira algumas:
- agricultura, floresta e uso de água;
- apoio ao empreendedorismo e microcrédito;
- direitos humanos;
- diversidade e multiculturalismo;
- educação, alfabetização e inclusão digital;
- moradia de baixo custo;
- oportunidades para deficientes;
- reciclagem, indústrias limpas e energias alternativas;
- revitalização de comunidades;
- saneamento e distribuição de energia; e
- saúde e nutrição comunitárias.
Quais são as características do empreendedor social?
O empreendedor social tem como característica principal uma missão que vai além do sucesso financeiro e tem foco no benefício que outras pessoas vão ter: ele tem empatia e, por isso, um forte propósito.
Conhecer o público ou a causa que deseja atender também é pré-requisito básico, entendendo suas dificuldades. Só é possível ter empatia conhecendo a fundo a realidade que pretende transformar. Apenas números e relatórios não são suficientes para esse tipo de empreendedor.
Portanto, outras habilidades que o empreendedor social deve ter é saber ouvir e conversar com potenciais clientes, não apenas buscando uma ideia de negócio, mas se colocando no lugar de quem vive a situação.
Por exemplo: falta de alimentos, convívio com o lixo, questões de segurança ou dificuldade de acesso à cultura.
A partir dos problemas que enxerga no ambiente a sua volta, esse empreendedor desenvolve soluções por meio do negócio, resolvendo aquilo que o incomoda no seu bairro, na sua cidade, ou em algo que ele acredita que pode ser feito diferente.
5 exemplos de empreendedorismo social
No Brasil, encontramos diversos exemplos de empreendimentos que decidiram focar no social e deram muito certo.
1. Feira Preta
Iniciativa de Adriana Barbosa, criada em 2002, a Feira Preta fomenta o empreendedorismo negro no Brasil, promovendo com outras entidades iniciativas que somam nos negócios e na vida de empresários negros e periféricos.
O evento ocorre anualmente em dois dias no final do ano, no Memorial da América Latina, região central de São Paulo. A feira se divide em espaços temáticos que envolvem entretenimento, mundo dos negócios e oportunidades de trabalho, além de uma programação artística única.
Obviamente, é aberta a todos.
2. Gerando Falcões
Jovem nascido na periferia de São Paulo, Eduardo Lyra resolveu se dedicar a melhorar a vida de crianças que passam pelas mesmas dificuldades que ele encarou na sua infância. Por isso, em 2011, criou o Gerando Falcões.
Diversos estudantes têm sido impactados pelas ações do negócio, que tem como meta principal promover o protagonismo dos jovens e fortalecê-los, para que também possam ser agentes de transformação da sociedade.
3. ASID Brasil
Também existem iniciativas que podem até mesmo começar em um trabalho de faculdade, como foi o caso da Ação Social para Igualdade das Diferenças, ASID, que atua desde 2010 com o compromisso de ajudar na gestão de escolas e instituições que trabalham com pessoas especiais.
A ideia veio de Alexandre Amorim, Luiz Ribas e Diego Moreira, que comandam a organização. Eles criaram uma metodologia administrativa que é aplicada nas entidades atendidas, para melhorar a qualidade do ensino gratuito oferecido a pessoas especiais.
4. Boomera
Empresa especializada em processos inovadores de reciclagem, a Boomera consegue reaproveitar produtos como fraldas e cápsulas de café usadas, transformando esses resíduos em resina plástica.
Faturando milhões por ano e ajudando a eliminar mais de 60 mil toneladas de plástico do meio ambiente até agora, segundo último dado que encontramos, de 2019, o negócio foi criado por Guilherme Brammer em 2011 e conecta catadores, indústria e universidades.
5. Insolar
Criada por Henrique Drumond e Michel Baitelli, a Insolar é um negócio social que atua desde 2013 com o objetivo de democratizar o acesso das pessoas à energia solar no Brasil.
Eles instalam painéis solares em estabelecimentos comerciais e o lucro é revertido para iniciativas sociais: “por comunidades mais solares”.
Quer empreender e não sabe por onde começar? O empreendedorismo social pode ser um caminho muito promissor. E se já possui um negócio, como vimos nos exemplos, nunca é tarde para repensar sua estratégia e torná-lo mais social: quando bem implementada, todos ganham.
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