Vender pela internet requer ter uma empresa aberta, escolher uma plataforma adequada para fazer as negociações, providenciar ou fabricar bons produtos, traçar um plano de marketing e, na verdade, fazer planejamento de tudo, desde as suas metas até a forma como você pretende analisá-las.
E faz sentido entrar nesse mercado? Os números mostram que sim! Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), só em 2023, o setor de e-commerce faturou mais de 185 bilhões de reais.
Pensando em como funcionam as vendas online, parece simples: o cliente pede pelo site, paga, você separa, embala e envia o pedido. Mas a simplicidade fica só na teoria, afinal, existe uma série de fatores que influenciam no processo. Continue lendo para saber mais!
Como começar a vender pela internet?
Para vender pela internet, você vai precisar abrir uma empresa, ou seja, criar um CNPJ. Depois, tem que escolher uma plataforma para fazer as suas negociações e, claro, montar a sua loja virtual. Outra forte recomendação de especialistas é registrar a marca para não enfrentar problemas que lhe obriguem a mudar nome, logotipo e outros detalhes no meio do processo.
Acima de tudo, nunca venda na informalidade: isso deixa você muito mais vulnerável a prejuízos, como calotes e extravios, e à falência.
Abra uma empresa
Você até pode começar o seu negócio só com o seu CPF, mas, se realmente tiver a pretensão de crescer, precisa de um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o famoso CNPJ. Tem quem opte por se tornar Microempreendedor Individual, buscando pela opção “Quero ser MEI” no site do governo federal.
E, a depender do faturamento, também tem quem precise migrar de MEI para Empresário Individual (EI) ou Sociedade Limitada (LTDA), então, fique de olho nisso ou converse com um especialista em contabilidade!
Aproveite a onda da legalização para registrar a sua marca e fugir de qualquer dor de cabeça ligada ao plágio ou questionamentos de outros donos de empresas sobre uso do nome ou da logo.
Escolha uma boa plataforma de vendas
Outro ponto indispensável será escolher onde as pessoas vão conhecer e comprar seus produtos: você pode apostar num site próprio (e-commerce), num marketplace (como o Mercado Livre e a Amazon) ou nas redes sociais.
Especificamente para o site, talvez seja necessário comprar um domínio, ou seja, um nome igual ou similar ao da sua marca para vir logo depois do “www”. Já nas plataformas, a dica é ir além do simples cadastro da loja e dos itens, e se preocupar com títulos e descrições capazes de captar clientes.
Se tiver dúvida sobre qual alternativa escolher, basta seguir em frente neste artigo!
Monte a sua loja virtual
E, mesmo sem definir onde você vai vender, pode colocar na lista das suas prioridades a organização da sua loja! Aproveite o momento para decidir, por exemplo:
- quais produtos você vai vender e quanto vai cobrar por cada um;
- com quais fornecedores você vai tentar negociações;
- qual modelo de estoque você vai adotar e como vai geri-lo;
- que base você vai usar para calcular as taxas de entrega;
- se vai terceirizar ou não o serviço de envio dos produtos;
- e assim por diante.
Ou melhor, usufrua das dicas adiante e transforme seu plano de negócios em realidade!
Como vender pela internet? 15 dicas imperdíveis
Das burocracias à logística, passando pelo atendimento, o marketing e vários outros setores, aqui estão 15 orientações valiosas para quem quer começar a vender online. Anote.
1. Defina seu nicho de atuação
A expressão “posicionamento de mercado” precisa constar no seu dicionário, e a maneira como você vai definir o seu pode estar diretamente ligada à longevidade dos negócios!
O ideal é escolher uma área que você já conheça ou com a qual tenha bastante familiaridade, mas sem deixar de levar em consideração fatores práticos, como logística, relação com fornecedores, comportamento de consumo das pessoas e similares.
2. Analise a concorrência
Entenda como vivem, quem são, como se alimentam (risos!) os seus concorrentes, ou seja, os gestores de lojas virtuais que têm produtos muito parecidos com os seus. Analise também o quanto é fácil ou difícil usar o site dessas marcas, se o processo de checkout é transparente e como ele acontece, quem faz os envios dos produtos, quanto tempo demora a entrega etc.
Observe ainda a qualidade dos produtos, as variedades, os preços e até o tipo de atendimento oferecido! É bem possível que você acabe percebendo que existe uma ou outra oportunidade de fazer melhor.
3. Diferencie seu negócio
Justamente com base nas suas análises, busque maneiras de ter “algo a mais”, porque só isso vai fazer você se destacar na internet.
Qualidade e preço são o básico, mas nem sempre vai ser fácil competir com grandes fábricas ou produtos importados, por exemplo, logo, atenção para atendimento e pós-vendas, bem como para ofertas de itens específicos a públicos específicos.
Uma loja de roupa pode vender mais do que trajes para homens e mulheres e ter um site com categorias exclusivas para crianças, idosos e/ou pessoas com deficiência!
4. Escolha um nome único
Por melhor que seja seu produto ou serviço, se o nome da empresa não transmitir as ideias corretas, ela dificilmente vai se destacar. Escolha o seu com carinho, em seguida, volte à sugestão lá de cima deste artigo, de registrar a marca, se quiser dormir realmente tranquilo(a).
De maneira geral, um bom nome precisa ser:
- curto e simples:
- fácil de lembrar;
- fácil de pronunciar;
- relacionado ao produto e/ou às visões e aos valores da marca;
- diferente de qualquer nome da concorrência;
- igual ou muito parecido em seu significado quando falado ou lido em qualquer idioma.
Agora que você está dentro do blog para empreendedores da Cobre Fácil e conhece a empresa, se alguém lhe disser que precisa de mais facilidade na hora de fazer cobranças, qual será a primeira marca que virá à cabeça? É sobre isso!
5. Decida entre site ou marketplace
Existem vantagens e desvantagens das duas alternativas, assim como pode ser muito bom ou muito ruim vender só pelas redes sociais.
Os marketplaces oferecem uma série de recursos de logística que são mais trabalhosos de organizar na sua própria loja, mas cobram taxas por cada venda realizada e exigem que você dispute mais espaço com a concorrência.
Os sites, por outro lado, permitem uma personalização muito maior. Além de ser possível construir uma página com a cara do seu negócio, também fica muito mais fácil fazer promoções e oferecer produtos direcionados ao seu público.
De qualquer forma, vale lembrar que manter um e-commerce próprio, com tudo que ele precisa para funcionar (armazenamento de dados dos clientes, controle de estoque, pagamentos etc.), também tem um custo.
As redes nem foram consideradas neste tópico porque o ideal, pensando em crescimento, é você ter pelo menos uma plataforma específica para fazer negócios de forma realmente comercial: com carrinho, etapa de conferência dos pedidos e flexibilidade em relação aos meios de pagamento.
6. Procure seus fornecedores
Faça uma lista de possíveis fornecedores, ou seja, de fábricas e lojas que vendam insumos para a fabricação dos seus produtos ou os itens já fabricados apenas para você comercializar, se for esse o caso.
Considere a proximidade com o espaço no qual você mantém o seu estoque, o tempo de entrega das encomendas, o valor dos envios e, principalmente, o nível de atenção que os responsáveis pela venda oferecem a você, a disponibilidade para atendê-lo(a) em caso de complicações e a flexibilidade para negociação.
Portanto, escolha os mais coerentes para as visões, os valores e os objetivos do seu negócio.
7. Aprenda a precificar
Mesmo sendo uma etapa fundamental, muitas pessoas pecam na hora de definir os preços dos produtos que vendem num e-commerce ou marketplace, o que leva a prejuízo ou, na melhor hipótese, a um retorno menor do que o esperado, então, cuidado!
Pensando no todo, o valor do seus produtos precisa cobrir o custo de produção ou compra, além da operação da sua loja e da sua margem de lucro. Quer saber? Outro artigo também publicado neste blog explica, em detalhes, como precificar um produto.
8. Dedique-se às fotos
Você com certeza já comprou alguma coisa na internet mais porque gostou do anúncio e o achou bem feito do que por pura necessidade, não? Queira que o seu negócio atraia pessoas que nem sabiam que precisavam dos produtos até darem de cara com eles no mundo online!
Faça belas fotos dos itens vendidos por aí, com um ambiente e iluminação pensados para dar destaque a eles, e grave vídeos que mostrem as funcionalidades dos itens ou até mesmo vídeos divertidos da equipe experimentando-os, feitos para viralizar nas redes sociais. Só para começar!
Aos poucos, vá pesquisando o que está em alta no momento e entrando na onda. Mais uma vez, dentro do que fizer sentido para a sua marca e o seu público-alvo.
9. Use uma boa plataforma de cobrança
Fuja dos altos índices de inadimplência, das desistências decorrentes da falta de opções de pagamentos, do excesso de segundas vias de boletos e de clientes reclamando que não conseguiram finalizar os pagamentos: escolha uma plataforma de cobrança reconhecida e certificada para implementar o quanto antes!
As melhores soluções de pagamento online são seguras e ajudam você a proteger os seus dados e os dos consumidores, adequando o seu negócio, por exemplo, à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
De quebra, você ainda pode contar com uma série de funcionalidades extras existentes dentro delas que ajudam na gestão dos negócios, como os relatórios de vendas!
10. Planeje a logística
Diferentemente de uma loja física, em que o cliente vai até o produto, no negócio online, é o produto que vai até o cliente, e esse caminho, bem como a forma que ele será feito, é o que se conhece por “logística”.
De início, pesquise transportadoras ou empresas de entrega da sua região e entenda os valores que elas cobram. Avalie também fazer os envios pelos Correios. Então, coloque no papel todo esse estudo e decida se vale, em vez de ter site próprio ou entrar num marketplace que seja só uma ponte entre você e os fregueses, contar com uma plataforma que ofereça o serviço, mesmo cobrando por ele.
11. Dê atenção ao atendimento
Não é só o atendimento dos fornecedores que precisa ser bom para você, o seu também tem que ser bom para os clientes!
E esse ainda é o ponto fraco de muitas e muitas empresas: quantas vezes você, como consumidor(a), precisou resolver um problema e não conseguiu contato rápido e direto com alguém de uma empresa ou, mesmo falando com uma pessoa, sequer conseguiu resolver seu problema?
Pensando em um negócio 100% online, preocupe-se em dobro: seu cliente não pode pegar na mão ou provar o produto que está comprando.
12. Cuide do pós-vendas
O pós-vendas, como o nome já diz, é o período que vem depois de o seu cliente efetuar a compra de um produto. “Mas, se ele já comprou, qual a importância?”. Surpreenda-se: o momento é crucial para fazer com que a maioria dos fregueses volte mais vezes e acabe se fidelizando.
- Mantenha contato, perguntando o que cada um achou da compra, se estava tudo de acordo com o que esperavam, se têm alguma dica ou sugestão para fazer etc..
- Peça autorização para enviar e-mails periódicos com informações e novidades.
- Faça disparos das melhores ideias de e-mail marketing da humanidade!
Esse será o caminho para criar um pós-venda de excelência.
13. Invista em marketing
E, por falar em e-mails + recordando o que você leu lá em cima sobre caprichar na maneira que seus produtos são apresentados aos clientes, saiba que estratégias assim nada mais são do que um pedacinho de um enorme universo chamado “marketing”.
Dedique-se a conhecê-lo melhor, estude, contrate especialistas para o seu time e, conforme der, separe parte do seu orçamento para investir em ações e campanhas – o que não significa que você não vá fazer movimentos gratuitos e igualmente importantes também.
É claro, nem sempre você vai conseguir competir com grandes empresas, mas vale a pena conferir o que elas fazem e tentar adaptar o seu negócio.
14. Investigue suas métricas
Não se apegue ao pensamento de que “parece que está tudo indo bem”. Em vez disso, busque ter certeza de que o negócio está funcionando ou entenda exatamente o que pode melhorar através de uma análise minuciosa de KPIs – Key Performance Indicators (indicadores-chave de desempenho, em português).
Eles englobam desde a receita gerada pela empresa até a perda de clientes em um determinado período, e você vai escolher, para analisar, aqueles mais coerentes com o seu modelo de negócio.
Esses números mostram, com precisão, o que está acontecendo na realidade, de maneira mais clara do que uma “impressão”.
15. Não esqueça da parte burocrática
Mesmo vendendo pela internet, sua empresa precisa estar em dia com alvarás, licenças e outros requisitos específicos para funcionar. O mais recomendado é procurar advogados especializados em e-commerce para lhe ajudar na tarefa.
Além disso, é fundamental que você conheça as principais leis que envolvem o comércio online e não só a LGPD, já mencionada anteriormente:
- Lei do E-commerce (Lei 962 de 2013);
- Nova Lei do E-commerce (Lei 13.543 de 2017);
- Marco Civil da Internet (Lei 12.965 de 2014);
- Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.079 de 1990); e
- Lei Geral de Proteção aos Dados (Lei 13.709 de 2018).
Aí, sim, estará tudo pronto para sua caminhada rumo ao sucesso!
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