Um plano de contas gerencial é usado para registrar todas as movimentações financeiras de um negócio. É com ele que você pode reunir e classificar todos os registros financeiros, para ter uma visão sobre a origem e o uso de cada operação, ou seja, para conseguir fazer uma boa administração das finanças da sua empresa.
Se você precisa de ajuda para montar um plano de contas assim, veio ao lugar certo. Com as nossas dicas, você poderá começar a planejá-lo hoje mesmo, garantindo um futuro promissor para o seu negócio. Vamos juntos?
Afinal, o que é um plano de contas gerencial
O mínimo que você precisa ter para alcançar organização no setor financeiro da sua empresa é ter o controle de todas as receitas e despesas.
Ao contar com um plano de contas gerencial, você garante que lançará essas movimentações em uma planilha de controle financeiro ou sistema, podendo tomar as decisões corretas por ter uma visão financeira completa sobre tudo o que acontece.
Esse tipo de plano contém diversos itens listados e que são classificados, com o registro de todo o fluxo de caixa da empresa. Por isso, ele pode ser dividido em grupos ainda maiores para especificar melhor cada um. Normalmente, o plano é dividido em dois grupos:
- Sintético: que são os grupos principais, divididos em receita bruta, custos e despesas.
- Analítico: que são os subgrupos dos grupos principais, que vão especificar essas receitas, custos e despesas.
Para ficar mais claro, vamos a um exemplo: sendo todas as receitas consideradas como um grupo sintético, dentro desse grupo existirão grupos analíticos, que são subgrupos das receitas, como é o caso das receitas de vendas de produtos.
Assim, você define outros subgrupos conforme a necessidade do seu negócio, se existirem outras fontes de receitas. E todas elas estarão agrupadas em um grupo maior chamado "Receitas".
Por contar com toda essa organização, o plano de contas serve como base para gerar indicadores financeiros como a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e o balanço patrimonial (BP), que são muito relevantes para qualquer empresa.
Principais contas de um plano de contas gerencial
Se você deseja montar um plano de contas gerencial, precisa criar três grupos sintéticos: receitas, custos e despesas. Cada grupo sintético incluirá seus grupos analíticos, como veremos adiante.
Antes, apenas precisamos salientar que existe diferença entre plano de contas gerencial e contábil, o que faz muitas empresas incluírem, aqui no plano gerencial, mais dois grandes grupos: de ativos e de passivos. O que é um erro.
Não caia nessa tentação, pois é muito fácil confundir o plano gerencial com criar um plano de contas contábil, necessário para gerar uma demonstração contábil e um balanço patrimonial que seja capaz de mostrar, de forma padronizada e sucinta, a real situação do patrimônio da empresa.
O plano contábil é, inclusive, uma determinação definida pela lei das Sociedades Anônimas (S.A.) e também tem como base as Normas Brasileiras de Contabilidade.
A contabilidade costuma criar o plano de contas gerencial, que é um arranjo diferente das contas existentes no plano contábil, com a finalidade de, justamente, ajudar a alimentar o plano contábil.
Logo, são planos diferentes. Por isso, tenha sempre em mente que o objetivo do plano de contas gerencial é estruturar as contas conforme prioridades, para que seja possível visualizar a sua empresa como um todo, analisando de forma estratégica os resultados financeiros, econômicos e patrimoniais do negócio, com receitas, custos e despesas, conforme demonstramos a seguir.
1. Receitas
É o grupo sintético que inclui todos os valores que entram na empresa por meio da venda de produtos ou serviços e também por investimentos. Os grupos analíticos que devem aparecer dentro desse grande grupo chamado "Receitas" são:
- Prestação de serviços
- Vendas
- Outras receitas, como aluguéis e rendimentos de aplicações financeiras
2. Custos
Os custos também são chamados, no universo contábil, de despesas variáveis. Assim sendo, entram nesse grande grupo todos os gastos com produtos, serviços prestados, ferramentas ou qualquer outro custo ligado à produção. Inclusive, a matéria-prima também deve ser considerada um custo, por isso precisa entrar aqui.
Os grupos analíticos de "Custos" ficam assim:
- Deslocamentos para fazer serviços fora da empresa
- Ferramentas
- Mão de obra
- Matéria-prima
Anotar todos os custos corretamente ajudará a emitir relatórios como o de custo por serviço vendido (CSV), de custo por produto vendido (CPV) e de custo por mercadoria vendida (CMV).
3. Despesas
Ao contrário dos custos, as despesas são todos os gastos fixos da empresa, que não têm relação com o serviço oferecido ou a produção. Assim, entram nesse grupo sintético todas as despesas que, sem importar sua venda, serviço ou produção, também precisam ser consideradas. O que gera os seguintes grupos analíticos para "Despesas":
- Administrativas, como água, luz e internet
- Com marketing e publicidade
- Financeiras, como juros, multas e empréstimos
Exemplo de plano de contas gerencial
Agora que você já sabe a importância e quais contas fazem parte de um plano de contas gerencial, confira o modelo simplificado que preparamos para que você consiga visualizar a estrutura para montar mais facilmente o seu:
Modelo de Plano de Contas Gerencial
1. RECEITA BRUTA TOTAL | |
1.1 Receita de vendas de produtos | |
1.1.1 Equipamentos de automação | |
1.1.2 Certificado digital | |
1.2 Receita de vendas de serviços | |
1.2.1 Mensalidades de uso de sistemas | |
1.2.2 Consultoria de marketing | |
1.2.3 Consultoria empresarial | |
2. CUSTOS | |
2.1 Custos fixos de produção / aquisição | |
2.1.1 Matéria-prima / compra de materiais | |
2.1.2 Materiais de produção | |
2.1.3 Manutenção de maquinário | |
2.2 Custos variáveis | |
3. DESPESAS | |
3.1 Despesas com RH | |
3.1.1 Salários | |
3.1.2 Décimo terceiros e férias | |
3.1.3 Pró-labore | |
3.2 Despesas operacionais | |
3.2.1 Aluguel | |
3.2.2 Telefone e internet | |
3.2.3 Água e luz |
Apesar de ser um modelo simplificado, já é possível ter uma ideia de como organizar o plano de contas gerencial do seu negócio. Na coluna em branco, insira os valores e, ao final de cada conta, organize os totais, deixando os custos e as despesas negativos e as receitas positivas.
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