A maneira como as empresas incorporam seus custos de fabricação aos seus preços de venda é chamada de método de custeio. Os cinco mais usados no mercado para cumprir essa tarefa de forma eficaz são: por absorção, ABC, variável, UEP e padrão.
Para uma empresa alcançar lucro, é imprescindível considerar os custos. Não importa o tamanho da organização nem o segmento: sem lucratividade, você não obterá sucesso.
Assim, mais do que conhecer detalhes do faturamento, é importante saber calcular e controlar as operações que possibilitam que o negócio seja rentável e gere lucro, sendo fundamental dominar os métodos de custeio para isso.
O que é o método de custo
Também conhecidos como métodos de rateio, os métodos de custeio são uma ferramenta que auxilia a calcular quanto é preciso gastar para produzir um produto.
É a melhor forma para fazer a gestão do valor por unidade de um produto, passo essencial para realizar uma precificação correta das mercadorias, além de permitir o cálculo da rentabilidade da empresa e uma análise completa do desempenho financeiro.
Quanto maior uma empresa fica, mais complexo é controlar os valores envolvidos nos seus produtos e serviços, tanto direta quanto indiretamente.
Por isso, os métodos de custeio têm um papel essencial para alcançar esse controle. Você vai ter uma visão detalhada e precisa dos lucros do negócio, sem importar a complexidade ou diversificação que a sua empresa possa já ter atingido.
Para escolher qual é o melhor, é preciso fazer uma avaliação criteriosa do negócio, bem como conhecer suas prioridades, demandas e necessidades, para só então definir a opção mais adequada para o empreendimento.
Para ajudar você nessa empreitada, vamos falar sobre cada um dos principais métodos de custeio utilizados pelo mercado, além de listar as vantagens e desvantagens de todos eles. Acompanhe.
Quais são os métodos de custeio?
Entre os métodos de apuração de custos mais usados no mercado, selecionamos cinco, que serão abordados um a um a seguir.
1. Método de custeio por absorção
Esse é um dos mais adotados pelas empresas, por ser o mais intuitivo e o único que atende aos princípios contábeis e fiscais.
Ele leva esse nome por "absorver" todos os valores referentes ao custo por unidade de produto vendido. Isso significa que todos os valores fixos ou variáveis empregados direta ou indiretamente na produção são considerados para definir o preço de venda. É por isso que é necessário realizar, com todo o critério, a diferenciação de custos e despesas.
Lembrando que só os valores ligados aos produtos vendidos deverão ser considerados. Valores de outras atividades financeiras, administrativas, outras despesas e investimentos não podem ser usados.
As vantagens de usar esse método envolvem estar em conformidade com as leis tributárias e os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), além de contar com uma implementação que não exige operações de separação de custos, o que a torna menos custosa.
Os dados também são precisos, possibilitando o desenvolvimento de demonstração de resultados e um planejamento de longo prazo mais assertivo.
Entretanto, se comparado com outros, como veremos, o método de custeio por absorção não gera informações de forma rápida para a administração e o preço acaba resultando em um valor menos competitivo, porque a definição do preço de venda não inclui a margem real de contribuição.
2. Método de custeio ABC
A sigla ABC vem do inglês e significa Activity-Based Costing, que, traduzindo, seria algo como “custo baseado em atividade”, que parte da ideia de que os gastos são gerados pelas atividades realizadas por uma empresa.
Assim, ele rastreia os custos de cada etapa das operações feitas na organização, ao verificar como elas se relacionam e influenciam o consumo de recursos e a geração de receitas. Esse é o método mais complexo de executar, mas também é o mais completo, porque atende às necessidades das empresas com informações bem detalhadas.
Entre as vantagens do método de custeio ABC estão a maior exatidão dos custos indiretos, que são aqueles que não estão ligados diretamente à produção, e também das despesas, pois é feita uma análise minuciosa das atividades.
Ele também exige a busca de dados mais ricos, a fim de investir na melhoria contínua dos processos, do desempenho e da qualidade da empresa de uma forma geral.
As desvantagens estão em não ser aceito pela legislação fiscal e societária. Por essa razão, é um recurso que pode ser usado apenas para controle financeiro empresarial interno, nunca como um cálculo oficial.
As informações também são mais difíceis de serem extraídas, bem como a integração com outros setores, além da gerar a necessidade de reorganizar a empresa para que o recurso possa ser implementado.
3. Método de custeio variável
Utilizado especialmente por empresas dos setores industrial e comercial, a aplicação desse método é objetiva e simples, guiada pela separação dos custos em variáveis e fixos, o que vai definir os preços de venda.
Assim, entram na conta os gastos que variam de acordo com o volume de produção e faturamento geral e os que não variam, sem importar o volume de vendas. Por isso, o método de custeio variável separa os custos, mas adota apenas os que são variáveis no processo de precificação.
Uma das vantagens desse modelo é que o valor do produto é medido de forma objetiva, sem interferências. Portanto, as alterações de estoque, por exemplo, não impactam no cálculo do seu lucro, o que resulta em um planejamento com maior clareza, conferindo maior precisão às tomadas de decisão.
Outra grande vantagem é que a diferença entre o preço de venda e o custo do produto é feita de forma instantânea, já que a margem de contribuição de cada produto é imediatamente apresentada, facilitando a gestão de rentabilidade dos produtos.
Mas nem tudo são flores: a retirada dos custos fixos do processo de precificação pode gerar lacunas, mexendo no resultado do produto. Além do mais, dados como custos semifixos e semivariáveis não são considerados.
Importante ressaltar também que esse cálculo é usado para tomada de decisões de curto prazo, o que pode dificultar ou até mesmo comprometer a sobrevivência do negócio em um projeto de longo prazo.
4. Método de custeio UEP
Já o cálculo feito a partir da Unidade de Esforço de Produção (UEP) entende que é necessário considerar, justamente, o esforço de produção para definir o preço dos produtos. Isso envolve incluir todos os fatores usados de forma direta ou indireta na produção, como o custo por ordem de produção, por exemplo.
O cálculo usa uma unidade de medida comum a todos os processos e produtos da empresa, possibilitando que produtos de diferentes origens sejam medidos para definir os valores.
Dessa forma, planejar e controlar o desempenho da produção fica mais fácil, porque uma das vantagens do custeio UEP é encontrar uma visão mais ampla das atividades da empresa.
Outras vantagens desse método são facilitar a avaliação da rentabilidade dos equipamentos e da capacidade produtiva da empresa e também ser de fácil implementação.
Entre as desvantagens, podemos citar que não é possível mensurar desperdícios ou perdas e a determinação do custo considera somente a transformação de matérias-primas em produtos prontos, o que impede a gestão dos gastos administrativos.
5. Método de custeio padrão
Por fim, o último método da nossa lista mede a eficiência do processo produtivo. Ele identifica os pontos em que podem acontecer desvios de recursos ao ser comparado com o custo real.
Logo, antes de determinar o custo efetivo, ele observa esses pontos. Assim, é possível estabelecer um valor de gasto ideal que deve ser alcançado em condições de eficiência plena e rendimento máximo.
Esse valor será a base para medir a eficiência da produção e perceber as variações de custo. Além disso, esse método de custeio conta com algumas variações:
Custo-padrão ideal
Para máxima eficiência e capacidade produtiva sem desperdício.
Custo-padrão corrente
Para um custo ideal como meta.
Custo-padrão estimado ou orçado
Para identificar os custos que a empresa deverá alcançar no futuro, por meio de atividades realizadas no presente.
Entre as vantagens desse recurso estão entender melhor o orçamento que será necessário para produzir o produto e descobrir se o desempenho da empresa foi melhor ou pior do que a estratégia financeira planejada.
Porém, ele tem como desvantagem não se basear em aplicações reais, podendo não auxiliar a empresa a melhorar a gestão dos seus custos.
Agora que você já conhece os principais métodos de custeio que uma empresa pode adotar, é possível definir qual é o ideal para o seu caso.
Como citamos no início, cada empresa possui uma demanda, uma realidade e uma necessidade únicas, que precisam ser analisadas com cuidado para a escolha do método mais adequado. Bons estudos!
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